segunda-feira, 9 de julho de 2012

ESPÍRITO ROMÂNTICO


Dizem que nosso coração é do tamanho da nossa mão esquerda fechada.
Os gregos também dizem que por causa de uma briga entre deuses e humanos, nós, humanos, fomos condenados ao nascermos a passar a vida procurando a outra metade do nosso coração, lendas gregas, histórias, mitos...
Vendo uma reportagem hoje no site do G1, a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins explica que fidelidade e sexualidade são coisas diferentes. "O problema do casamento é o sexo no casamento. Com o tempo deixa de haver aquela conquista e os dois se tornam irmãos", diz a escritora. Para ela, um relacionamento feliz está baseado em expecativas amorosas reais, sem idealizações. E completa: "Quando eu lia sobre relacionamentos extraconjugais sempre havia alguém falando que o relacionamento já não era mais o mesmo, que algo não ia bem, mas as pessoas esquecem de falar sobre o principal: variar é bom"!
Bem, não sou psicanalista, pelejando ainda na arte de escrever, mas o que me chamou atenção no vídeo da psicanalista foi a clareza com que ela desenvolveu essa tese, que acreditem devem ter um fundo de verdade, mas, mas, não acredito muito nela.
Quando se ama alguém se ama e pronto. As pessoas não entendem o amor, não falo em compreendê-lo, porque isso é impossível, falo em entendimento, o que para alguns pode ser a mesma coisa, mas não é.
A primeira coisa que precisamos saber é que amaremos no máximo umas duas pessoas na nossa vida inteira, nos apaixonaremos muitas vezes, infinitas vezes e muitas vezes nem nos lembraremos das nossas paixões efêmeras e de veraneio, ou as carnavalescas que se chegam num ritmo de trio elétrico e partem na mesma órbita da sonoridade do timbau, às vezes, ecoam pelo ar, como o timbau, mas com o tempo, o eco se dissipa e novos sons chegam, nos dando um novo ritmo, uma nova paixão.
Mas o amor, esse sim fica impregnado na alma. A psicanalista tem até uma visão coerente sobre relacionamentos, acredito que até possa ser a certa hoje, mas o meu coração, esse vagabundo romântico é diferente.
Quando a gente encontra a pessoa certa, variar não é tão bom! Não há exigência na exclusividade, ninguém pode exigir de ninguém essa exclusividade, nos tornamos exclusivos de uma pessoa, simplesmente porque a amamos. Amamos o seu cheiro,amamos o sorriso de manhã meio de canto de olho, amamos o toque das mãos no nosso corpo, amamos o beijo que nos é dado, amamos os abraços, amamos os filmes, mas precismos compreender também que devemos amar o mau humor, devemos amar quando é mais difícil amar de verdade, porque amar o bonito e o agradável é fácil demais e clichê demais, quando tudo parece difícil, perdido, obscuro devemos amar também, porque o amor também reclama, também invade, também chora, também erra, e somente quando somos capazes de amar dessa forma, seremos exclusivos.
Nunca gostei muito de variar no amor, porque o idealizo dessa forma, talvez, a maioria das pessoas ainda não o vejam assim, ou talvez seja difícil vê-lo dessa maneira, então para não fugir um pouco do meu costume, citarei Clarice, quer dizer citarei a minha frase preferida de Clarice, acho que ela conseguiu traduzir bem essa ideia romântica do amor exclusivo que tenho: "Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."
O meu amor, é exclusivo!

RENATA CHAVES GENTIL

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