sábado, 28 de julho de 2012

ESPÍRITO CARIOCA

"Esta cidade é um lugar paradisíaco, com essas montanhas, essas matas, esse céu azul lavado, esse sol, essas garotas e até essas águas de março, que já começam a chegar." (Tom Jobim)
Não achei frase mais adequada para começar este texto, a não ser dizer que minha alma cantou quando viu o Rio de Janeiro, em todos os aspectos.
Sempre via o Rio nas novelas, alguns filmes e programas de TV à cabo, a praia, as pessoas andando de bicicleta, jogando bola, surfando, um Rio mais romântico, poético,não fui aquela turista ávida como meus companheiros de viagem - Felipe, Simone e Lucas- meu turismo foi mais localizado, de forma proposital mesmo, não me restringi à Zona Sul, mas confesso que Ipanema e Leblon foram meus lugares assíduos. Foi um turismo mais em dupla( Eu e a Dai), mais, mais...acho que como meu amigo Felipe diz, mais novela do Manoel Carlos.
Jardim Botânico, Cristo Redentor, Ipanema (Posto 9), Forte de Copacabana, café da Colombo no Forte de Copacabana, Confeitaria Colombo - no Centro-, Lapa, Favellas (O melhor bar de samba da Lapa com as melhores costelas e o melhor jiló do mundo - isso mesmo, comi jiló frito na Lapa e foi perfeito)-,Bar Informal no Leblon, Academia da Cachaça no Leblon, Desacato no Leblon, Teatro do Leblon - peça Á primeira vista- Drica Moraes-, Livraria Argumento no Leblon, Café Severino- onde tem o café do próximo- também no Leblon, fui lá por causa da Martha Medeiros, ela fala sobre isso no seu livro de crônicas - Doidas e Santas-, Manuel e Joaquim em Ipanema, Cervejaria Devassa em Ipanema, Cinema no Leblon,Outback no Leblon, respirei cultura, vi cultura, sonhei cultura, bebi os melhores chopps e os mais gelados, vi gente de todos os tipos, etilos, vi um monte de cachorro andando pelas ruas com seus donos indo à praia, apenas vi e vivi e foi maravilhoso. Vi Na Estrada, o tão esperado filme do diretor brasileiro que arrasou no Festival de Cannes que fala sobre as viagens de Jack Kerouac, e vi que preciso ir para Denver!
Meus companheiros de viagens foram maravilhosos, cada um do seu jeito, com seu riso, com seus comentários, com suas graças - Moça Bunita- com suas gentilezas, com nossas aventuras, com as saudades e ansiedades que cada um carregava consigo, com as bicicletas em Paquetá e em Ipanema, com as vans no Cristo, com os sambas na Lapa, com a busca incansável pelo churrasquinho na praia, com suas essências , que por tabela ajudaram-me a construir a minha.
Com as palhaçadas da Simone, com os comentários do Felipe e com minha inseparável companheira de todas as horas - Dai- foi tudo maravilhoso.
Tentei voltar , aeroporto fechado, mais dias no Rio com tudo pago pela empresa aérea, chato né?
Mas, o Rio tem um espírito diferente, acho que nossos espíritos se encontraram, dois românticos na beira do mar, cercado por uma mata e morros únicos, lembrando das frases de Vinícius e ouvindo Cartola, Tom, Martinho, Zeca, lendo, acho que me identifiquei com Kerouac, mas desculpe-me o insano, louco e mágico autor, não tenho que ir pra Denver, preciso ir para o Rio!
Obrigada, "esse samba é só porque Rio eu gosto de você"!
Indo pro Rio!

RENATA CHAVES GENTIL

segunda-feira, 9 de julho de 2012

ESPÍRITO ROMÂNTICO


Dizem que nosso coração é do tamanho da nossa mão esquerda fechada.
Os gregos também dizem que por causa de uma briga entre deuses e humanos, nós, humanos, fomos condenados ao nascermos a passar a vida procurando a outra metade do nosso coração, lendas gregas, histórias, mitos...
Vendo uma reportagem hoje no site do G1, a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins explica que fidelidade e sexualidade são coisas diferentes. "O problema do casamento é o sexo no casamento. Com o tempo deixa de haver aquela conquista e os dois se tornam irmãos", diz a escritora. Para ela, um relacionamento feliz está baseado em expecativas amorosas reais, sem idealizações. E completa: "Quando eu lia sobre relacionamentos extraconjugais sempre havia alguém falando que o relacionamento já não era mais o mesmo, que algo não ia bem, mas as pessoas esquecem de falar sobre o principal: variar é bom"!
Bem, não sou psicanalista, pelejando ainda na arte de escrever, mas o que me chamou atenção no vídeo da psicanalista foi a clareza com que ela desenvolveu essa tese, que acreditem devem ter um fundo de verdade, mas, mas, não acredito muito nela.
Quando se ama alguém se ama e pronto. As pessoas não entendem o amor, não falo em compreendê-lo, porque isso é impossível, falo em entendimento, o que para alguns pode ser a mesma coisa, mas não é.
A primeira coisa que precisamos saber é que amaremos no máximo umas duas pessoas na nossa vida inteira, nos apaixonaremos muitas vezes, infinitas vezes e muitas vezes nem nos lembraremos das nossas paixões efêmeras e de veraneio, ou as carnavalescas que se chegam num ritmo de trio elétrico e partem na mesma órbita da sonoridade do timbau, às vezes, ecoam pelo ar, como o timbau, mas com o tempo, o eco se dissipa e novos sons chegam, nos dando um novo ritmo, uma nova paixão.
Mas o amor, esse sim fica impregnado na alma. A psicanalista tem até uma visão coerente sobre relacionamentos, acredito que até possa ser a certa hoje, mas o meu coração, esse vagabundo romântico é diferente.
Quando a gente encontra a pessoa certa, variar não é tão bom! Não há exigência na exclusividade, ninguém pode exigir de ninguém essa exclusividade, nos tornamos exclusivos de uma pessoa, simplesmente porque a amamos. Amamos o seu cheiro,amamos o sorriso de manhã meio de canto de olho, amamos o toque das mãos no nosso corpo, amamos o beijo que nos é dado, amamos os abraços, amamos os filmes, mas precismos compreender também que devemos amar o mau humor, devemos amar quando é mais difícil amar de verdade, porque amar o bonito e o agradável é fácil demais e clichê demais, quando tudo parece difícil, perdido, obscuro devemos amar também, porque o amor também reclama, também invade, também chora, também erra, e somente quando somos capazes de amar dessa forma, seremos exclusivos.
Nunca gostei muito de variar no amor, porque o idealizo dessa forma, talvez, a maioria das pessoas ainda não o vejam assim, ou talvez seja difícil vê-lo dessa maneira, então para não fugir um pouco do meu costume, citarei Clarice, quer dizer citarei a minha frase preferida de Clarice, acho que ela conseguiu traduzir bem essa ideia romântica do amor exclusivo que tenho: "Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."
O meu amor, é exclusivo!

RENATA CHAVES GENTIL

terça-feira, 3 de julho de 2012

ESPÍRITO IVETEIRO


A primeira vez que eu eu vi a Ivete foi na COPA de 1994, em cima de um trio cantando FLORES, na verdade não a vi direito, porque ela estava longe, talvez o que eu tenha visto tenha sido a VOZ dela. É isso mesmo vi a VOZ da Ivete!
Depois disso, nem sei explicar direito como virei essa pequena fã.
Já vivi e conheci tanta gente por causa da Ivete, que seria injusto descrever, foram tantos risos, tantas corridas atrás de trio, alguns carnavais de Salvador, alguns arrastões na quarta-feira de cinzas, algumas aventuras dentro do CORUJA no meio da chuva, no meio da avenida, na Praça Castro Alves, na Avenida Sete, na Barra, em Fortaleza, em Recife, em Brasília, encontrei a Ivete pela vida, foram os melhores encontros, os mais sensacionais possíveis. Alguns engraçados, alguns chorosos, alguns com poucos amigos, outros com muitos amigos, alguns com minha família, outros solitários.
Acompanhei cada conquista, cada novo CD, cada novo DVD, cada música nova foi cantada exaustivamente, cada coreografia foi vista, cada notícia foi acompanhada e a torcida era gigantesca sempre.
Vi a Ivete cantando samba, cantando com o Roberto, com a Marisa, com o Netinho, com o Durval, com o Bel, com a Emanuelle, com a Claudia(esse foi um dos meus preferidos), com a Xuxa, com o Alexandre Pires, com o Brian, com a Shakira, com tanta gente que sempre me perdia vendo a VOZ da Ivete.
Vi a Ivete tantas vezes, mas elas nunca foram suficientes, aliás, acho que nunca serão! Como será suficiente ver uma voz perfeita?
De longe, vi a vida da própria Ivete passar, acompanhei algumas perdas que ela sofreu, acompanhei algumas lágrimas, acompanhei o nascimento do filho dela, e acho, que deve ter sido um dos dias mais felizes da vida dela, se duvidar o mais FELIZ!
E é muito legal, ver mesmo de longe, uma pessoa como ela tão feliz!
Depois de anos como fã, parece que estou encerrando um ciclo, não estou triste, acho que saudosista seria a palavra mais adequada, mais sincera, mais completa. Encerro um ciclo musical iveteiro, cheia de lembranças inesquecíveis. Esse final de semana que passou, Ivete esteve aqui, acompanhada de uma atração internacional, nem queria a atração internacional, queria mesmo era ouvir a VOZ de novo, mas sem problema, hoje riu e sinto saudade desse época de fã incondicional.
Queria mesmo era agradecer a você IVETE por ter me proporcionado somente momentos felizes e inesquecíveis, minha torcida agora é de longe, mas não menor, e para finalizar vou citar Clarice (a Lispector):"Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam."
Acho que essa é uma boa frase para deixar pra você , Ivete!
OBRIGADA!

RENATA CHAVES GENTIL