sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

ESPÍRITO THE VOICE - BRASIL


A minha relação com a música é de amor, aliás beira até a loucura mesmo, trocaria a pequena habilidade que tenho com as palavras (mínima até) para conseguir entoar pelo menos duas notas musicais no ritmo, mas o ritmo da minha vida surge nas linhas escritas e não nas palavras cantadas, eu me conformei, mas nem por isso minha relação com a música foi afetada, pelo contrário, nunca a deixei de amar.
Minha referência musical é totalmente BRASILEIRA, não cresci ouvindo música estrangeira, talvez por isso a balada dissonante em outra língua não me toque tanto, aliás há algumas exceções: Edith Piaf (linda no seu francês arrastado e sofrido, na sua melodia de protesto na cara dos nazistas que invadiram a França na época da 2ª Guerra Mundial), Nina Simone (cantora jazzista e negra que lutou e sofreu, mas encantou com sua voz rasgada e forte cheia de sentimento), Lou Reed (sensacional, mas pouco ouvido no Brasil), tem o Elton Jonh, tem a Norah Jones e mais alguns que me encantam, todavia nada como; Seu Domingos, Gonzagão e Gonzaguinha(que sempre me traduz tão bem quando diz que aquela menina agora é uma mulher....), Chico, Lenine, Arlindo, Ana, Caetano, Ivete, Daniela, Djavan, Cartola, Marisa, Paulinho, Geraldo, Zé Ramalho, Zeca(o Baleiro e o Pagodinho), Reginaldo - com seu brega amoroso e sofredor de quem foi abandonado, minha referência é essa.
Existem outras, mas essas são as mais tocantes, as mais fortes, as mais humanas.
Não posso dizer que Sam tem uma voz feia, mas que a mim (a mim) não comoveu e nem tocou, com falsetes- saindo dos graves(poucos graves- diga-se de passagem) e indo para agudos, ele me lembra esses cantores de musicais , ou cantores de boybands americanas, não vejo nenhuma identificação com meu estado e muito mesmo com o meu país, para mim não há representação nenhuma.
Respeito acima de tudo quem gosta dele e quem torceu, mas minha visão é totalmente diferente, acho que música tem sotaque sim.
Minha representatividade é outra, é diferente, é rasgada, é pé no chão, é samba, é zabumba, triângulo, é Trem das Cores de Caetano, por exemplo.
Torço por ele, mas tenho saudade de Ellen Oléria com seu canto ZUMBI ecoando pelo auditório (mesmo muita gente nunca tendo escutado a música), ela me representa. Torço,principalmente, por Lucy, por Pedro, por Gaby, por Marcos, por Rafael, por Luana (mesmo cantando um Rock pra lá roll- eu adorava), meu dinheiro pagará esses ingressos, não o do Sam.
De qualquer forma, adorei o programa, só queria que no próximo, o encerramento fosse no meu próprio idioma!
Fica o pedido!
Renata Chaves Gentil

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